segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Raul Seixas: o Início, a Metamorfose Ambulante e o Meio

  Uma das figuras mais controversas e multifacetadas da música brasileira Raul Seixas é considerado o pai do rock nacional. Teve uma vida cheia de altos e baixos, mistérios e polêmicas. Por exemplo, sua relação com Paulo Coelho companheiro de composição. No documentário dirigido por Walter Carvalho, Raul – O início, o fim e o meio (2011), o escritor afirmou que apresentou as drogas pra Raul e que não se arrependia de tal fato.
  Em 1974 Raul e Paulo faziam parte de uma sociedade exotérica e pretendiam criar a tão famosa Sociedade Alternativa. A música homônima teria sido criada para divulgar os preceitos da Sociedade. Em pleno Regime Militar, cantar algo que dizia “faço o que tu queres, pois há de ser tudo da lei” resultou em Raul sendo, como ele costumava dizer, “convidado a se retirar” do Brasil.
  Raul Seixas era irreverente, se definia tímido, mas era incrivelmente carismático. Quanto mais afirmava que não pregava verdades absolutas e que não queria ser seguido, mais fãs enlouquecidos surgiam atrás dele. Definir alguém tão complexo e irreverente como Raul Seixas é ao mesmo tempo impossível e fácil demais já que ele mesmo encontrou as duas melhores palavras para isso: Metamorfose Ambulante.
  De suas três filhas a única que teve mais contato com o pai foi Vivian Seixas resultado do quarto dos cinco casamentos de Raul. Vivi foi uma das convidadas para a festa de lançamento do vídeo publicitário realizado pela Samsung e pela Vivo no início de fevereiro. O vídeo Metamorfose Ambulante, tem pouco mais de 5 minutos e em menos de um mês mais de 10 milhões de visualizações. Nele Raul é um homem das cavernas que viaja no tempo após ter tido contato com um disco voador carregado de tablets e smartphones. Segundo artigo publicado no site da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial com detalhes técnicos do filme as empresas compraram os direitos fonográficos da musica e a família de Raul acompanhou cada parte da produção do filme.
  Baiano de Salvador, a Mosca na Sopa se tornou nacionalmente conhecido no Festival Internacional da Canção de 1972 cantando Let me sing, let me sing, uma mistura de rock e baião como ele disse várias vezes “Elvis Presley e Luiz Gonzaga é tudo a mesma coisa.” Raulzito nunca deixou de ser um sonhador em várias entrevistas se dizia apaixonado por cinema e que era tão bom ator que fingia ser cantor e compositor e todo mundo acreditava.
  O consumo de álcool provocou problemas no pâncreas que precisou ter 1/3 retirado. Na ultima fase de sua vida Raul fez 50 shows em 9 meses ao lado de Marcelo Nova, mas aquele não era o mesmo Raul de antes. Em sua ultima entrevista no programa do Jô em julho de 1989 estava com o corpo inchado e deformado até mesmo para falar tinha dificuldade. Raul Seixas morreu aos 44 anos de parada cardíaca durante uma crise pancreatite. A morte, que segundo ele “talvez fosse o segredo dessa vida”, chegou cedo demais para o eterno Cowboy fora da lei.

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